Presidente da ANSEGTV enaltece parceria com a PF e investimentos em segurança

O primeiro ano da ANSEGTV (Associação Nacional de Segurança e Transporte de Valores) testemunhou avanços para o segmento de transporte de valores, mas os desafios ainda são muitos. Esta é a avaliação do presidente da entidade, Gabriel Damasceno, que projeta nesta entrevista os próximos passos da organização na defesa da livre-concorrência.

Quais os principais avanços que o sr. destacaria neste começo de atividades da ANSEGTV?
Foram várias conquistas. Valorizo muito as reuniões que tivemos em Londres com as resseguradoras. A questão securitária é de vital importância para a operação de custódia e transporte de valores. O mercado de resseguros Lloyd´s of London é mundialmente reconhecido como líder no segmento de contenção de riscos. Na capital britânica, tivemos a oportunidade de nos apresentar, mostrar nossos propósitos e divulgar as empresas que integram a ANSEGTV. Com isso, pretendemos assegurar melhores condições para todo o segmento de transporte de valores no Brasil.

Atualmente, fala-se muito na necessidade da Reforma Tributária. De que forma sua aprovação afetaria o setor de transporte de valores?
Já contamos com o apoio de uma consultoria de renome no mercado que identificou os possíveis impactos para o setor de serviços. O mais provável é que ocorra uma unificação de tributos, com uma maior desoneração da indústria. Com isso, a carga tributária de setor de serviços deve ser afetada. Diante disso, foi criada uma frente parlamentar a favor desse setor pelo deputado Laércio Oliveira (PP-SE). A ANSEGTV é uma das entidades participantes do Conselho Gestor da frente e seu lançamento está previsto para abril. Até lá, mais entidades deverão aderir ao grupo.

Como o sr. vê a questão da lavagem de dinheiro no setor de transporte de valores?
Nossa associação está totalmente alinhada com as orientações da Polícia Federal sobre o assunto. Recentemente, nós apoiamos a Coordenação Geral de Controle da Segurança Privada na produção de um manual para combater esse tipo crime. O documento traz diretrizes vitais para o enfrentamento dessa prática ilegal, especialmente a forma como devem ser transmitidas as informações ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

E a questão da segurança pública em geral?
Essa é uma das nossas preocupações constantes. Visitamos periodicamente as empresas associadas à ANSEGTV para saber como estão tratando essa questão. Também tivemos reuniões importantes com secretários de Segurança Pública nos Estados para discutirmos ações em conjunto. Desde o início, dar voz às pequenas e médias empresas diante das autoridades é um dos nossos principais objetivos.

Como o sr. avalia as últimas decisões do Cade relacionadas às aquisições no transporte de valores?
Acredito que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) se mostra cada vez mais preocupado com a alta concentração no setor. Recentemente, o órgão analisou e aprovou processos de aquisições neste segmento com restrições, objetivando a proteção do livre mercado. Isso já é muito positivo. A ANSEGTV defende a livre iniciativa e concorrência nesta atividade visando beneficiar todos os envolvidos, clientes e sociedade, em um mercado altamente concentrado em apenas três empresas, sendo duas multinacionais.

O Estatuto da Segurança Privada segue em tramitação no Senado. Qual a posição da ANSEGTV sobre esse tema?
O Estatuto da Segurança Privada (SCD 006/2016) proporcionará grandes benefícios ao setor, uma maior segurança jurídica e a modernização da regulamentação da atividade de segurança privada no país, gerando inclusive milhares de empregos em todo o segmento.
A ANSEGTV apoia a aprovação do estatuto, com exceção dos parágrafos 2º ao 5º, do artigo 20, que tratam de tema exclusivamente concorrencial, que favorece a continuidade da concentração do mercado de transporte de valores, além de serem totalmente alheios aos objetivos do estatuto e aos anseios da grande maioria das empresas que atuam nos diversos segmentos do mercado de Segurança Privada.